A Esquerda Popular Socialista (EPS), tendência do PT, perdeu
recentemente um importante quadro: o jornalista Ernesto Marques, que não
conseguiu legenda para sair candidato a vereador nas próximas eleições
municipais. Afastou-se ainda o deputado estadual Marcelino Galo, amigo
do jornalista. O motivo não foi claramente declarado por Marques, que
aponta como causa do afastamento “uma fissura” dentro do grupo. Trocando
em miúdos, segundo o jornalista: Marques afirmou que no ano passado foi
definido quatro nomes como pré-candidatos a vereador pela EPS – o
próprio jornalista, Marcos Rezende, Suica e Paulo Mota.
Com o passar do tempo, no entanto, ficou decidido manter a
candidatura apenas de Suica e Paulo Mota e, segundo Marques, sem
qualquer debate com o restante dos membros da EPS. “Suica e Paulo Mota
foram os escolhidos, mas ambos possuem o mesmo foco porque fazem parte
do movimento sindical. Paulo Mota, inclusive, foi candidato a vereador
em 2008 e teria, então, toda a legitimidade para se lançar mais uma vez.
Eu não fui escolhido. Esse é um dos componentes do afastamento, mas não
é a razão central. Não houve um debate interno para resolver essa
questão e não foi algo amadurecido politicamente”, afirmou ao Política Livre.
Ainda de acordo com Marques, do ano passado para cá, a EPS chegou a
definir que não deveria lançar candidatos à Câmara porque foram
dedicados muitos esforços para a criação da tendência, de modo que não
conseguiriam viabilizar candidaturas a tempo para as próximas eleições
municipais. No entanto, o afastamento da EPS, segundo Marques, não
significa uma “birra” com os demais membros.
“É como um casal que se ama, mas não se entende mais. Não é uma
atitude de zanga. Fiquei sentido, claro, em não poder ser candidato, mas
a vida segue e a derrota faz parte da política. Perdi uma disputa
interna e isso faz parte”, afirmou o jornalista, que é muito amigo do
deputado Marcelino Galo (PT), para quem agora trabalha de modo a
contribuir para as eleições de 2014, quando o parlamentar tentará
reeleição. Marques aponta ainda estar empenhado para ajudar na eleição
do deputado federal Nelson Pelegrino (PT) à Prefeitura de Salvador.
Versão de Galo – O deputado estadual Marcelino Galo, que também se
afastou da EPS, negou qualquer briga pessoal com o deputado federal
Valmir Assunção, coordenador da tendência e ligado ao Movimento Sem
Terra (MST). Segundo Galo, o rompimento foi por “questões de método” e
por uma exaustão dentro da tendência. “Defendíamos que houvesse mais
debate e maior participação dos membros. Foi esse o motivo”, afirmou,
destacando que respeita a figura de Valmir Assunção pelos 25 anos
trabalhando juntos. “Tenho um profundo respeito. Não se tem problema
algum”, reiterou.
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