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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

MARINA SILVA PODE SE FILIAR AO PEN OU PPS

RIO e BRASÍLIA - O presidente nacional do PEN (Partido Ecológico Nacional), Adílson Barroso Oliveira, disse nesta sexta-feira que o partido está aberto para filiar a ex-senadora Marina Silva e todo seu grupo da Rede, cujo registro foi negado na noite desta quinta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim como o PEN, o PPS também está em negociações com Marina. O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse que o partido ajudou na formação da Rede e que está aberto para Marina e seu grupo. Freire deixou claro, porém, que agora depende apenas de Marina a decisão sobre seu futuro político. A ex-senadora prometeu para esta sexta-feira ainda uma definição sobre filiação a algum partido político.
- Apenas reafirmei todo o espírito de cooperação e colaboração com Marina para a formação da Rede, e o PPS a convida a ser candidata a presidente em 2014, pelo PPS e pela Rede. Mas, claro, depende dela - disse Freire.
Os apoiadores de Marina se dividem sobre seu destino político: parte defende sua filiação a um partido, enquanto os demais afirmam que isso iria contrariar todo seu discurso de necessidade de fugir ao atual esquema partidário. A divisão foi a tônica da reunião de Marina com apoiadores, que durou na madrugada.
Segundo Adilson Barroso, o partido está mantendo negociações com Marina, e uma definição ocorrerá ainda hoje.
- O PEN está de portas, janelas, tudo aberto para Marina. Ela seria aceita até como presidente nacional do PEN. O nosso partido é o único que tem a ideologia dela - disse Barroso.
Segundo ele, alguns políticos da Rede já estariam fechando com o PEN em Rondônia e São Paulo, por exemplo.
Na avaliação de Freire, do PPS, a participação de Marina na corrida pelo Palácio do Planalto é fundamental.
- Quando ela (Marina) resolveu criar a Rede, o PPS ajudou. Eu mesmo fui um dos signatários do apoio à criação do partido. Achamos que Marina expressa o desejo da cidadania. É importante para a sociedade brasileira termos um candidato com a expressão que ela tem - disse Freire.
Detentora de cerca de 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010, Marina está sendo disputada por vários partidos, em especial pelo PPS e PEN. A ex-senadora prometeu uma definição do seu futuro para a tarde desta sexta-feira, mas já adiantou que, qualquer que seja sua decisão, de se filiar ou não a um novo partido, irá "manter a coerência".
Se decidir migrar para alguma legenda — pelo menos sete partidos já sinalizaram à Marina —, a ex-senadora deve tomar cuidado para não desmobilizar a militância que apoia a criação da Rede, alertou o cientista político Ricardo Ismael, professor da PUC-Rio. Para ele, se Marina migrar, por exemplo, para o PPS, ela corre o risco de virar um ‘braço auxiliar’ da candidatura de Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à presidência:
— Ela tem que ter cuidado, porque como há um discurso de renovação na política, a escolha tem que ser muito cuidadosa para não haver um desgaste futuro. Arriscaria dizer que o PEN seria melhor pela possibilidade de ser um partido novo, que ao que consta não tem nenhum pecado grave, por permitir migração partidária sem perda mandato e por ter alguma afinidade programática com as ideias da Rede. O PPS é outra alternativa, mas, nele, Marina seria vista como braço auxiliar da candidatura de Aécio, embora o PPS tenha alguma base em São Paulo e tenha alguns políticos experientes que poderiam ajudar na campanha.
"Se não é candidata, ela some do debate"
Ismael acredita que a eleição de 2014 é o grande momento da ex-senadora e que ela deve aproveitá-lo, sob o risco de ver suas bandeiras sendo apropriadas por outros candidatos.
— É o momento dela. Ela talvez tenha sido a maior beneficiada dos protestos de junho. Se ela não disputar, fica sem palanque, e sem palanque ninguém faz nada. Se não é candidata, ela some do debate. Ela sabe que o momento é dela, em política não há como transferir o momento para 2018. É o momento de chegar e apresentar o programa novo, ligado à questão ambiental.
Caso ela decida ficar fora das eleições do ano que vem, pode perder espaço no cenário político, acrescentou o cientista político:
— Não há controle sobre esses votos (os 20 milhões obtidos nas eleições de 2010), ninguém é dono dos votos. Ela deve ter um feeling, e a maioria das lideranças políticas em torno dela acham que ela deve ser candidata, porque, até o discurso ambiental, pode surgir um candidato que passe a falar disso. Há muitos riscos quando você não disputa. Em política não há vácuos, alguém ocupa esse espaço.
De acordo com o professor, caso Marina resolva se filiar a um partido para viabilizar a candidatura presidencial do ano que vem, a preocupação maior deve ser com o grupo da militância, que se empenhou em recolher assinaturas e na formação de diretórios. Ismael acredita que o eleitor da ex-senadora é independente de partidos e, por isso, seria mais fácil explicar a transição para esse grupo:
— Me parece que a equação mais delicada é como os militantes, esses 800 mil que estão mobilizados para criar o Rede, como vão encarar a ida dela para um partido ponte, só para passar a eleição. A decisão dela pode arrefecer o ânimo desses correligionários. Indo pra qualquer partido desses (PPS, PEN ou PHS), terá pouco tempo de televisão, e dependerá muito de uma mobilização social nacional, e aí os militantes são fundamentais. Esses é que têm que comprar a ideia se ela for candidata. Essa conversa é fácil de explicar para o eleitor comum, a maioria esmagadora dessas pessoas não votam na Marina por conta do partido dela, votam na Marina por causa da Marina. Já votavam quando ela era do PT, do PV e se for de outro partido vão continuar votando.

fonte: o globo

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